Coragem
Olá pessoal! Tudo bem com vocês?
O conto de hoje é para ajudá-los a refletir sobre a coragem que é necessária para fazermos algumas coisas.
Coragem
Há muitos anos atrás, num pequeno vilarejo no interior da França, houve uma princesa que teve muita coragem, e por conta disso ela conseguiu mudar seu destino, mesmo depois de casada.
Certo dia a Princesa Marie de vinte e um anos, estava passeando, pelos jardins do palácio de seus pais, quando seu pai o Rei Nicolas de cinquenta e seis anos veio até ela e disse:
Rei Nicolas: “-Marie minha filha preciso conversar com vosmecê.”
Princesa Marie: “-Claro papai, o que o senhor quer?”
Rei Nicolas: “-Minha filha, fiquei sabendo de uma coisa e gostaria de saber se é verdade ou não. Não minta!”
Princesa Marie: “-Que coisa é essa que o senhor ficou sabendo?”
Rei Nicolas: “-Fiquei sabendo que a senhorita tem lutado esgrima, isso procede?”
Princesa Marie: “-Sim papai, meu sonho é me tornar uma grande guerreira.”
Rei Nicolas: “-Minha filha, vosmecê é uma princesa, vosmecê não deve nunca jamais, pensar em lutar esgrima, mesmo porque vosmecê é uma mulher e as mulheres não devem se envolver com essas coisas.”
Princesa Marie: “-Papai, estamos no século vinte, pelo amor de Deus, atualmente as mulheres se tornam guerreiras.”
Rei Nicolas: “-Pare já com essa ideia, vosmecê é uma princesa, sua única preocupação deveria ser, como se tornar uma boa rainha e se casar.”
Princesa Marie: “-Papai, estamos no século vinte, pelo amor de Deus, a última coisa que é em me casar.”
Rei Nicolas: “-Mas minha filha, na sua idade a maioria das moças já estão casadas, algumas princesas já são prometidas a príncipes, quando nascem ou quando completam cinco anos, como forma de unir reinos, essa é uma regra.”
Princesa Marie: “-Papai, eu te respeito e te amo muito, mas já é hora dessa regra ser mudada, quem disse que uma mulher ou melhor uma princesa, precisa se casar para se tornar rainha? E quem inventou isso de que as mulheres, principalmente as princesas não devem se envolver com esgrima?”
Rei Nicolas: “-São as regras minha filha, elas existem desde que os nossos antepassados aqui chegaram.”
No meio da discussão entre a Princesa Marie e o Rei Nicolas seu pai, são surpreendidos pelo mordomo Pierre, ele avisa-os que o príncipe Maxine chegou.
Mordomo Pierre: “-Vossa Majestade, vossa alteza, vim avisar-lhes que a vossa alteza o Príncipe Maxine chegou e deseja ver-lhes.”
Rei Nicolas: “-Ótimo Pierre, traga-o aqui.”
Princesa Marie: “-O que ele faz aqui?”
Rei Nicolas: “-Com certeza ele está aqui, para discutirmos os últimos detalhes do casamento de vocês.”
Princesa Marie: “-Papai, quantas vezes tenho que lhe dizer que não quero me casar com ninguém, muito menos com ele.”
Rei Nicolas: “-Pare já com isso Marie! É uma ordem!”
O mordomo Pierre, retorna ao jardim acompanhado do Príncipe Maxine.
Príncipe Maxine: “-Boa tarde Rei Nicolas, vosmecê está iluminado como sempre, e vossa alteza Princesa Marie está bela, formosa, estupenda, brilhante como uma estrela e perfumada como uma rosa.”
Rei Nicolas: “-Boa tarde Príncipe Maxine, grato por seu elogio, vossa alteza amável como sempre.”
Princesa Marie: “-Príncipe Maxine, me poupe de seus galanteios frouxos, que mais parecem tirados de livros, pois vindo de vosmecê é apenas isso um galanteio barato, que um moleque de vinte e três anos, tirou de algum livro.”
Rei Nicolas: “-Minha filha que palavras são essas? Que modos são esses? O Príncipe foi tão amável e gentil com vosmecê. Não diga mais nada, apenas peça desculpas ao príncipe.”
Príncipe Maxine: “-Majestade, não se preocupe, vossa filha fica ainda mais encantadora quando está brava.”
Rei Nicolas: “-Pois bem, passemos para a biblioteca, minha filha nós já voltaremos.”
Príncipe Maxine: “-Como quiser, majestade, até já minha: doce, linda e amada princesa.”
Princesa Marie: “-Até já papai, até já galanteadorzinho barato.”
O Rei Nicolas e o Príncipe Maxine saem. Assim que eles saem a Princesa Marie vai até o centro de treinamento de esgrima e começa a treinar com seu amigo Anthoine.
Anthoine: “-Angard, vamos princesa me contra-ataque.”
Princesa Marie: “-Touche! Anthoine não me chame de princesa, somos amigos desde criança.”
Eles passam um bom tempo treinando, ao perceber que está escurecendo, a princesa Marie retorna ao palácio de seu pai. Ela entra em seu quarto, se joga na cama e começa a chorar, sua avó Anthonieta de setenta e seis anos passa pela porta e ao ver sua neta chorando, para e pergunta o que aconteceu.
Anthonieta: “-Com licença minha querida, por que vosmecê está chorando?”
Marie: “-Oi vovó, é aquela velha história o papai, quer que eu me case com o Príncipe Maxine, mas eu não quero, eu quero me tornar uma guerreira.”
Anthonnieta: “-Minha querida, vosmecê sabe que vosso pai só que o vosso bem, ele quer eu vosmecê assuma o reino quando ele se for.”
Marie: “-Eu sei vovó, mas quem disse que eu preciso me casar para me tornar rainha?”
Anthonieta: “-De fato uma mulher não precisa se casar para se tornar rainha, isso está somente nas leis.”
Marie: “-Vovó eu acredito que esteja na hora das leis mudarem.”
Anthonieta: “-Eu concordo com vosmecê minha querida.”
Marie: “-Eu odeio o Príncipe Maxine, mas meu pai o idolatra, eu chego a odiar meu pai e o reino por conta disso.”
Anthonieta: “-Marie não diga isso! O ódio não leva a lugar nenhum. Tenha paciência com vosso pai minha querida. Se quiser causar uma mudança na mente dele, vá falar com uma pessoa.”
Marie: “-Quem é essa pessoa?”
Anthonieta: “-Não posso lhe dizer mais nada. Boa noite.”
Anthonieta sai do quarto de Marie e ela vai dormir.
No dia seguinte Marie acorda antes de todos, toma um banho, coloca um vestido, desce vai até a cozinha, pega uma maçã, sai vai até o estábulo, pega um cavalo e vai até o centro de treinamento de esgrima.
Marie: “-Bonjour Anthoine, está pronto para o nosso treino?”
Anthoine: “-Bonjour Marie! Claro!”
Eles comeam a treinar, ao ver que ela está nervosa, ele para de treiná-la e pergunta o que está acontecendo.
Anthoine: “-Calma Marie, o que houve? Vosmecê está muito nervosa.”
Marie: “-Ah, Anthoine estou com muita raiva e muito ódio do meu pai, ele sempre coloca as leis e o orgulho dele acima de tudo até mesmo da minha felicidade.”
Anthoine: “-Se acalme Marie, tenho certeza de que ele só quer o melhor para vosmecê.”
Marie: “-Ele quer o melhor para ele e para essa porcaria de reino.”
Anthoine: “-Não diga isso tenho certeza de que vosso pai lhe ama muito.”
Marie: “-Ele ama apenas duas coisas: si próprio e esse reino idiota, eu sou apenas uma pessoa em quem ele pode mandar e desmandar quando bem entender e alguém a quem ele pode impor suas vontades.”
Anthoine: “-Já chega Marie, esse seu orgulho, ódio e essa sua raiva, não vão te levar a lugar nenhum, assim como essa conversa.”
Marie: “-Está bem Anthoine, até mais.”
Marie pega seu cavalo e vai até a floresta, no meio daquele lugar, ela encontra uma cabana, movida pela curiosidade, ela desce do cavalo, vai até a cabana, bate na porta, mas como ninguém responde, ela abre a porta e entra. Ela começa a explorar o local e enquanto ela está entretida fazendo isso, ela escuta uma voz atrás dela, quando ela se vira ela se depara com um mago.
Mago Francoise: “-Olá minha cara. Não tenha medo pelo seu porte e pelos seus trajes, vejo que que você pertence ao alto escalão.”
Marie: “-Olá, não estou com medo e sim curiosa, sou a Princesa Marie.”
Mago Françoise: “-Me perdoe, permita que eu me curve diante de vossa alteza, seja bem-vinda a minha cabana.”
Marie: “-Não precisa dessa formalidade, meus amigos me chamam de Marie, já lhe considero meu amigo.”
Mago Françoise: “-Fico grato e lisojenado. Permita-me fazer uma leitura da sua vida.”
Marie: “-Mas é claro.”
Françoise: “-Primeiro preciso que vosmecê me conte o que está acontecendo.”
Marie: “-Bem, meu pai o Rei Nicolas, é um homem terrivelmente orgulhoso, cabeça dura, apegado as leis e as tradições, por mais antigas que elas sejam, ele quer que eu me case com o príncipe Maxine, que é tão orgulhoso quanto meu pai, eu odeio o príncipe Maxine, tenho raiva e ódio do meu pai, por ele querer que eu me case com alguém que é a cópia dele, meu pai acredita que para eu ser uma boa rainha, eu tenho que me casar, mas a única coisa que eu quero é me tornar uma guerreira.”
Françoise: “-Minha cara, vosmecê e esse home que hoje é vosso pai e esse rapaz com quem ele quer que vosmecê se case, vocês três já vem tendo, conflitos a muitas vidas, vosso pai por exemplo, já foi vosso marido, em outras vidas, te dominava e te oprimia, até mais do que hoje, vocês vieram como pai e filha nessa vida, para se harmonizar, curar essas feridas e se acertar. Já o rapaz com quem ele quer que vosmecê se case, já foi vosso filho e vosmecê o oprimia e acabou fazendo com que ele morresse. Hoje ele veio como um príncipe com o qual vosmecê deve se casar para que vocês possam curar esses traumas e assim libertar suas almas, das correntes e prisões que criaram em outras vidas.”
Marie: “-Nossa isso foi uma surpresa, mas como faço para o meu pai aceitar minhas ideias?”
Françoise: “-Tenha paciência principalmente com ele.”
Marie: “-Mas o ódio e a raiva que eu sinto do meu pai e do príncipe Maxime?”
Françoise: “-Minha vosmecê deve se livrar desses sentimentos pois eles não levam a lugar nenhum, a não ser a uma vida repleta de desgraça.”
Depois disso Françoise desaparece e deixa Marie sozinha, ela reflete um pouco, sai da cabana, monta em seu cavalo e retorna ao palácio. Ela entra em seu quarto por uma passagem secreta. Sua ama Amellie de quarenta e sete anos, chega ao quarto de Marie, ela vê Amellie como uma irmã.
Amellie: “-Com licença alteza.”
Marie: “-Quantas vezes preciso lhe dizer para me chamar apenas de Marie.”
Amellie: “-Perdão é a força do hábito.”
Marie: “-Eu estava num lugar que me faz sentir livre, e é o único lugar que meu pai, não consegue chegar com seu ego e seu orgulho do tamanho do mundo.”
Amellie: “-Vosmecê sabe que eu sempre a protegerei.”
Marie: “-Eu sei Amellie, não se preocupe.”
Amellie: “-Vim para dizer a vosmecê se arrumar e descer, estão todos esperando.”
Marie: “-Não vou demorar Amellie.”
Marie se arruma, desce a escadaria, vai para a sala de jantar, chegando lá, ela se depara com um banquete e uma enorme festa. Ela fica sem entender nada. De repente o príncipe Maxine, se ajoelha diante de Marie e a pede em casamento.
Maxine: “-Minha bela, doce e encantadora Marie, meus olhos se enchem de alegria, meu coração pula incessantemente, quando a vejo, e para fazer com essa noite, seja ainda mais brilhante como seus belos olhos e seus belos cabelos, gostaria que você me desse a honra e a alegria de se tornar minha esposa. Vosmecê aceita se casar comigo?”
Marie fica em choque. Ela sai correndo do palácio e vai até a casa de Anthoine.
Marei: “-Anthoine é um desastre, minha vida está a beira da ruína.”
Anthoine: “-O que aconteceu Marie?”
Marie: “-Meu pai planejou um banquete e uma festa que estão acontecendo agora.”
Anthoine: “-E qual o problema?”
Marie: “-Na verdade é a minha festa de noivado, aquele estúpido do príncipe Maxine, acabou de me pedir em casamento, não sei porque meu pai fez isso, agiu na surdina sem que eu soubesse.”
Anthoine: “-Se acalme Marie, é melhor vosmecê, voltar para o palácio de seu pai.”
Marie se recomponhe e lembra do que o mago Françoise lhe disse, ela se despede de Anthoine, volta para o palácio e vai até a sala de jantar e diz.
Marie: “Príncipe Maxine, vosmecê me “pegou,” de surpresa com vosso pedido de casamento, preciso pensar um pouco.”
Maxine: “-Como quiser minha amada.”
Se passam alguns dias, Marie pensa e manda chamar o Príncipe Maxine.
Marie: “-Príncipe Maxine, mandei chamá-lo, pois pensei muito e já tenho uma resposta.”
Maxine: “-E qual é essa a vossa resposta minha amada?”
Marie: “-Eu aceito me casar com vosmecê, desde que, não me oprimas e não me proíbas de fazer o que gosto, eu venho treinando esgrima para me tornar uma guerreira, e não gostaria de parar.”
Maxine: “-Esse é o melhor dia da minha vida, lógico que não irei oprimi-la minha amada, vosso desejo é uma ordem para mim, tenho certeza de que será uma grande guerreira, e terei muito orgulho de ser vosso marido.”
Se passa um tempo e eles se casam. Marie e Maxine foram os governantes mais fortes e justos que aquele reino já viu. Marie aprendeu uma valiosa lição: Não devemos fazer nada movidos(as) pelo ódio, pelo orgulho ou pela raiva, pois esses sentimentos só levam a nossa vida para a ruína. E se esses sentimentos forem guardados, eles podem se transformar em doenças.
Um beijo e até o próximo post!
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